segunda-feira, 26 de março de 2012

A outra eu


Por toda a vida, ouvi pessoas estranhas a mim, de todos os tipos e lugares, afirmarem que meu rosto não lhes é estranho. Posso ter a memória péssima para muitas coisas, mas para rostos não é o caso. Assim, todas as vezes que isso acontece, sinto um medo e um desejo secretos, selvagens, insanos, de que exista outra eu por aí. Destemida, atrevida, cara-de-pau. Fala com as pessoas e gargalha imaginando a minha cara ao escutar de um estranho "eu te conheço de algum lugar..." uma vez por mês.

Tenho medo do que ela é capaz, pois ela não tem nada a temer, perder...
Tenho desejo de que ela exista e realize tudo o que sou covarde o bastante para não cometer!

E num milésimo de segundo, volto ao cômodo "mundo real". E tento matar as loucuras dentro de mim:
sou só mais um rosto fácil de copiar...

3 comentários:

  1. Passo pelo mesmo problema. Me sinto comum, e isso não é legal. Também sofro do mal do "você tem cara de (insira aqui qualquer nome que não seja o meu)..." Logo eu, que me considero forte em minha identidade.
    Mas, por outro lado, quem sabe essa outra "você" realmente não exista, e esteja por aí aprontado todas. Isso te dá um motivo para sair e aprontar também. Vai que um dia vocês se encontram. rs

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  2. Tomara, quero q ela me conte tudim! hahaha
    Adoro seus comentários, Sandro! ^^
    São se preocupe com a aparência comum, sua forte identidade é muito mais relevante, não acha? ;D

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  3. O sub-consciente é capaz de coisas que até Deus duvida...hehehe

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